Na ação, é construída com ferro e latão uma forma de pão de açúcar – estrutura que era utilizada como tecnologia para o fabrico do açúcar no período colonial – que é tangenciada com uma conhecida e perversa ferramenta de tortura às pessoas escravizadas. Na performance, a antiga forma se transforma numa escultura de cerca de 25 quilos.
A ação justapõe a ideia de tortura não só ao caráter da violência física explícita, materializada pelos castigos, mas também em colocar a própria força de trabalho como uma agressão que destrói, diuturnamente, o corpo e a mente negra. Assim, a forma de pão de açúcar – apesar da sua harmonia visual ao ponto de ser colocada como nome de uma pedra da paisagem do Rio de Janeiro – é recorrida como mais uma máquina de destruição dentro do sistema colonial.