Fevereiro de 2015. 12 jovens negros têm suas vidas tiradas pela polícia militar no bairro do Cabula, em Salvador. Os jovens assassinados carregavam em seus corpos marcas raciais e sociais que os hierarquizaram historicamente como perigosos e abjetos. Nas periferias de Salvador, jovens estilizam seus cabelos por meio de desenhos realizados com navalhas. Nas cabeças, marcas internacionais ou palavras que revelam seus pertencimentos – um modo de representação e escrita de si. “Apagamento #1 (Cabula)” imerge nesse duplo contexto. O artista reproduz em seu cabelo a palavra “Cabula” e se fotografa, dia após dia, até que o nome desapareça completamente. O trabalho é uma estratégia de citar um processo cruel de extermínio e silenciamento sistêmico de jovens negros e de suas presenças nos contextos da metrópole soteropolitana.
Projeto realizado para a exposição “Axé Bahia: The power of art in an afro brazilian metropolis” no Museu Fowler at UCLA em Los Angeles/setembro de 2017.